A comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) vai a Itaboraí para conhecer o local onde será criado um aterro sanitário. A decisão foi tomada, nesta terça-feira (31/03), durante audiência pública na qual foram ouvidos moradores e vereadores do município, além de representantes da empresa responsável pelo empreendimento. Segundo o presidente da comissão, deputado André do PV, os parlamentares serão acompanhados por técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). "Compreendo a pressa de alguns para resolver esta questão, mas o ponto final não depende apenas da comissão. Só para se ter uma idéia, o Aterro de Paciência ficou em discussão por oito anos. Vamos fazer uma vistoria no terreno onde a empresa Estre Ambiental SA pretende instalar a estação de tratamento. Além disso, continuaremos com as audiências públicas para que o direito da população seja garantido”, afirmou o parlamentar, que recebeu convite para visitar o aterro sanitário de Paulínia, interior de São Paulo, administrado e construído pela mesma empresa.
A utilização do aterro de Itaboraí para o recebimento de lixo de outros municípios foi um dos pontos mais debatidos durante a audiência. O vereador Geraldo Saraiva (DEM) se manifestou favoravelmente à construção do aterro, desde que o mesmo receba apenas o lixo produzido pelos moradores do município. "A população é totalmente contra o lixão. Somente os empresários ligados a obra estão a favor desta empreitada. Itaboraí precisa de um aterro sanitário, sim, mas só nosso. Não podemos é virar depósito de cocô de outros 13 municípios", afirmou o vereador. Após moradores e vereadores reclamarem da falta de divulgação das primeiras audiências públicas que discutiram o tema, o deputado André do PV pediu à empresa Estre as cópias das convocações.
O deputado Altineu Cortes (sem partido), membro efetivo da comissão, não acredita que o aterro conseguirá tratar o lixo gerado pelo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) sem que a população sofra com a emissão de gases poluentes. "O grande problema não vai ser em receber o lixo das cidades e sim os dejetos produzidos pelo Comperj. Esse é o lixo do petróleo. É o lixo do lixo. É com isso que eu fico preocupado", alertou Altineu.
Em defesa da empresa Estre, o diretor Pedro Secchi comentou que as técnicas a serem usadas pelo aterro são altamente confiáveis. "Nós não somos aventureiros. Temos outros aterros espalhados pelo País. O que nós estamos propondo é um Centro de Tratamento do Lixo. Certamente será um dos mais completos do mundo. O projeto permite um tratamento seguro tanto do lixo residencial, como industrial. Não existe a eliminação de nenhum gás na atmosfera", garantiu o executivo. Secchi ainda afirmou que o terreno será coberto por uma manta de polietileno, o que impedirá que qualquer resíduo seja absorvido pelo solo.
O representante da Secretária de Estado de Meio Ambiente, Walter Plácido, defendeu a construção de aterros sanitários para solucionar o problema do lixo, mas ressaltou a importância da fiscalização por parte do Poder Legislativo. Também estiveram presentes ao encontro os deputados Audir Santana (PSC) e Mário Marques (PSDB), além do promotor de justiça do Ministério Público, Leonardo Araujo.
Equipe Dr. Audir Santana
Um comentário:
Não é somente a preocupação com o resíduo sólido urbano, mas o aterro de Itaboraí também receberá o resíduo de serviço de saúde dos municípios citados. Uma pena que vereadores pensem se tratar apenas de "cocô" dos outros, mas deveriam se informar melhor a respeito dos resíduos que serão destinados em Itaboraí.
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