Hospitais devem isolar pacientes que apresentem KPC ou estejam contaminados por outras bactérias multirresistentes pouco frequentes em instituições de saúde no País. A recomendação integra a nota técnica divulgada hoje pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), preparada depois de uma reunião na sexta-feira com infectologistas e especialistas em infecção hospitalar.
O documento ressalta a necessidade de se evitar qualquer medida que induza a discriminação do paciente, mas orienta o hospital a avaliar a necessidade de reservar tanto material quanto profissionais para tratar exclusivamente de pessoas eventualmente infectadas.
"É preciso avaliar caso a caso. Há bactérias multirresistentes que já são frequentes nos hospitais. Nesses casos, o isolamento não é necessário", afirma a professora de infectologia da Universidade Federal de São Paulo, Ana Cristina Gales, que participou das discussões.
O documento foi preparado num momento em que o País convive com aumento do número de casos de infecção hospitalar provocada pela KPC. A superbactéria, resistente a maior parte dos antibióticos usados no País, contaminou 246 pacientes no País desde 2009. O maior número de registros está concentrado em Brasília: 154 pacientes com infecção confirmada.
O documento traz medidas para evitar a proliferação de outras superbactérias que, assim como a KPC, são resistentes ao antibiótico carbapenem. Pacientes vindos de hospitais do exterior ou que recentemente permaneceram internados em instituições fora do País deverão ficar área isolada. A medida tem como objetivo evitar a proliferação em hospitais brasileiros das bactérias NDM ou VIM, que se disseminam em outros países e que preocupam autoridades sanitárias em várias partes do mundo.
terça-feira, outubro 26, 2010
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