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CONGRESSO DA ADJORI EM FLORIENÓPOLIS FOI UM SUCESSO

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Presidente da ADJORI?RJ. Paulo Cesar e parte da equipe do RJ que participou do evento.

XIII CONGRESSO DA ADJORI-RJ

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O presiente, Deyse Cruz e o vice.

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terça-feira, agosto 11, 2009

BRASILEIRO CAI NA ARMADILHA DO CRÉDITO E FICA INDIVIDADO

Brasileiro cai na armadilha do crédito
Entusiasmado com a fartura de crédito, consumidor se descontrola e não consegue pagar os débitos. Com medo da inadimplência, bancos resistem em repassar para os clientes a redução dos juros.
Dívidas corroem orçamento das famílias.
Com a fartura de crédito e facilidades como prestações a perder de vista, brasileiros se descontrolam e débitos já superam os salários

Os consumidores brasileiros estão endividados e não sabem nem mesmo quanto de juros pagam por mês nos inúmeros tipos de dívidas que contraem — desde o crediário para a compra de uma simples geladeira até o crédito rotativo do cartão de crédito, passando pelo cheque especial, pelos cartões de lojas e por empréstimos pessoais. Em algumas famílias, o nível de endividamento está tão alto, que já falta salário para honrar os compromissos em dia. Muitas pessoas se entusiasmaram com o baixo valor das parcelas dos carnês e dos empréstimos, achando que poderiam acomodá-los ao orçamento doméstico. Mas acabaram ultrapassando todos os limites. “Esse quadro reflete a falta de informação sobre o crédito, sobre os riscos que ele oferece”, afirma Ione Amorim, economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Ela critica o hábito do brasileiro de comprar por impulso, sem fazer as contas entre custos fixos, salário e disponibilidade financeira, ou seja, a parte livre da renda. “Não basta a prestação caber no orçamento, pois um excesso de parcelas torna a dívida impagável”, afirma. No seu entender, os consumidores têm que aprender a conter o impulso e não comprar sem poder. Devem prevalecer, sempre, a necessidade e a capacidade de pagamento. “As lojas querem vender e fazem de tudo para seduzir o consumidor. Cabe a ele resistir. O crédito é bom, mas desde que bem usado”, argumenta Ione. O mesmo acontece com os bancos, que cobram caro pelo que emprestam, e pelas administradoras de cartões de crédito, cujas taxas do financiamento rotativo passam de 600% ao ano. Todos esses importantes detalhes, no entanto, passam distante da percepção dos consumidores. Desde que o crédito deixou de ser restrito às classes A e B, a procura por empréstimos e financiamento explodiu. Famílias que antes nãotinham acesso a vários tipos de bens, como eletrodomésticos e automóveis, passaram a ter condições de comprar, mesmo que em um prazo a perder de vista. Mas o preço dessas aquisições é alto. O crédito caro compromete parcela considerável do orçamento doméstico. E se o consumidor não tomar cuidado, em pouco tempo estará em sérias dificuldades. Sem acordoFoi isso o que ocorreu com o funcionário terceirizado Bruno B, Lôpo, 27 anos. Casado há quase dois anos e com uma filha pequena para cuidar, ele entrou na ciranda do crédito rotativo do cartão de crédito. “No início, financiava o saldo devedor para segurar uma parte do salário — de R$ 1 mil —, que nunca dava para fechar o mês”, conta. A situação, porém, se complicou com o nascimento da filha. “No mês que fiquei sabendo que ia ser pai, recebi o carnê de financiamento de um carro que tinha acabado de comprar. Devolvi o carro, mas não consegui pagar as faturas dos cartões”, relata. Bruno ressalta que, diante das despesas extras com o bebê, tentou fazer um acordo para quitar a dívida com o cartão de crédito. “Tentei negociar, mas com os juros tão altos, as prestações não couberam no meu orçamento”, diz. Resultado: suspendeu o pagamento das faturas por total incapacidade de arcar com os débitos de R$ 1,7 mil — quase duas vezes seu salário mensal.

A vida do vigilante Luiz Alberto da Silva, 46, não está muito diferente. “Mais de 60% da nossa renda mensal, de R$ 1,6 mil, estão comprometidos com o pagamento de prestações do carro, do material de construção para a reforma da casa e do forno de micro-ondas”, diz. Sua mulher, Lucimara, 39, está recorrendo às preces para sair de tamanho sufoco. “Nossa renda só está dando para pagar as contas”, admite. Com o carro, são 60 prestações de R$ 499,58, totalizandoR$ 30 mil, mais do que o dobro dos R$ 14 mil que seriam desembolsados à vista. “Agora, vou esperar para só comprar à vista”, promete Lucimara. Carro devolvido Essa promessa está no topo das receitas de Ione Amorim, do Idec, para aqueles que não querem ter o orçamento familiar corroído pelas dívidas. “O melhor a ser feito é adiar o consumo de bens que não são imprescindíveis se não puder pagar à vista”, ressalta. “Se as famílias fizessem as contas antes de comprar, não se arriscariam. Com uma taxa de juros de 8% ao mês, ao final de 12 meses, o consumidor terá pago o dobro do preço à vista. Caso poupasse o valor da prestação por seis meses, pagaria o bem à vista e com desconto”, ensina. Na avaliação de Ione, os consumidores que usam o cheque especial como complemento do salário ou entram no crédito rotativo do cartão “perderam de vez o juízo”, pois, ao arcarem com taxas médias de 10% ao mês, terão esgotado a capacidade de pagamentos em seis meses.

Salim Camargo Brito, 52, que o diga. Motorista, desempregado há 10 meses, ele só está conseguindo sustentar a mulher e os cinco filhos graças ao Bolsa Família, o programa social do governo. Quando estava trabalhando, mesmo recebendo R$ 761,35 por mês, tinha de pagar R$ 444,90 de prestação de um carro.Ou seja, com mais da metade do salário consumida pela dívida, sua vida financeira ruiu. “Consegui quitar 14 das 36 prestações do carro, mas tive de devolvê-lo. Aprendi a lição. Quero voltar a trabalhar logo. Mas ter outro carro financiado, nunca mais”, promete. (Colaborou Daniel Gonçalves, especial para o Correio) Crescimento O volume de empréstimos à disposição da população já ultrapassa 40% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Mais crédito significa mais investimento para a produção, que cresce para atender o consumo das famílias. Comprar com recurso alheio, ou seja, com crédito, exige cuidado. A operação pode ser arriscada para quem não consegue controlar o próprio orçamento.

Fonte - Vânia Cristino - Correio Braziliense

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